Odisseia de Cinema

junho 21, 2009

Na próxima sexta-feira, dia 26 de junho, acontece no Espaço Unibanco de Cinema, mais uma edição da Odisseia de Cinema, que começa sempre à meia-noite de sexta-feira, com encerramento na manhã de sábado. O evento é uma parceria do Espaço Unibanco com a Rain. Essa edição conta com patrocínio da Nissin Cup Noodles.
 
Para esta edição, o Espaço Unibanco preparou uma programação com destaque para o longa Horas de Verão, de Olivier Assayas, que abre a programação da sala 1, onde também será exibido A Garota de Mônaco, de Anne Fontaine. Na sala 2 o espectador poderá conferir Diário Proibido, dirigido por Andrzej Wajda e Casamento Silencioso, de Horatiu Malaele.
 
Nas duas salas, às 2h10, acontece a exibição do filme-surpresa.
 
O ingresso custa R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia) e a classificação indicativa do evento é 18 anos. Ao comprar o ingresso o espectador pode optar pela programação de uma das duas salas.
  
 
sala 1                       

HORAS DE VERÃO (L`Heure D`Été)
exibição digital: 24h
França, 2008, 98 min, 18 anos.
Direção: Olivier Assayas.
Elenco: Juliette Binoche, Charles Berling, Jérémie Renier e Edith Scob.
Sinopse: As distintas trajetórias de dois irmãos e uma irmã de quarenta e poucos anos se chocam quando sua mãe — que preservava a obra de seu tio, o excepcional pintor do século XIX Paul Berthier —, morre repentinamente. Os filhos são levados ao confronto de suas diferenças. Adrienne, uma bem sucedida designer em Nova York; Frédéric, economista e professor universitário em Paris; e Jérémie, um dinâmico empresário que vive na China, são apresentados às texturas e lembranças do final da infância, às memórias partilhadas, criando uma visão única do futuro.
Distribuição: Filmes da Mostra
 
FILME SURPRESA
02h10
 
A GAROTA DE MÔNACO (La Fille de Monaco)
04h
França, 2008, 95 min, 18 anos.
Direção: Anne Fontaine.
Elenco: Fabrice Luchini, Roschdy Zem e Stéphane Audran
Sinopse: Bertrand é um famoso advogado que chega a Mônaco na companhia de seu guarda-costas Christophe a fim de defender um criminoso. Lá, no entanto, ele conhece Audrey, uma sexy garota do tempo numa emissora de TV. Fascinado pela beleza da moça e cada vez mais seduzido por ela, Bertrand prefere não ouvir os conselhos de Christophe e não se dá conta de que Audrey não passa de uma jovem ambiciosa que tenta destruir o advogado.
Distribuição: Imovision
 
 
sala 2                       

DIÁRIO PROIBIDO (Diario de Una Ninfómana)
24h
Espanha, 2008, 95 min, 18 anos.
Direção: Christian Molina.
Elenco: Belén Fabra, Leonardo Sbaraglia e Llum Barrera.
Sinopse: Valére é uma jovem francesa ninfomaníaca que faz questão de registrar suas confissões mais íntimas em seu diário secreto.
Distribuição: Playarte
 
FILME SURPRESA
02h10
 
CASAMENTO SILENCIOSO (Nunta muta)
exibição digital: 04h
Romênia, 2008, 87 min, 18 anos.
Direção:  Horatiu Malaele.
Elenco: Meda Andreea Victor, Alexandru Potocean e Valentin Teodosiu.
Sinopse: Na Romênia de 1953, casamento é interrompido pelo anúncio da morte de Stalin, que traz uma semana de luto nacional. Os noivos, no entanto, seguem em frente com a festa.
Distribuição: Imovision

 
Odisseia de Cinema
Data: 26 de junho
Horário: a partir das 24h.
Local: Espaço Unibanco de Cinema (Rua Augusta, 1475 – Cerqueira César)
Telefone: 11 3288-6780
Ingressos: R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia)
Classificação: 18 anos

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por Janaina Pereira

Botafogo, charmoso bairro carioca, é um dos berços do samba na cidade do Rio. Lá nasceu e cresceu Walter Alfaiate que, como o próprio nome diz, tem habilidade para fazer roupas. Mas não é só isso. Walter é sambista, e começou sua carreira aos 60 anos.

Já está na programação do Cinesesc, em São Paulo, o documentário  Walter Alfaiate – A Elegância do Samba, que passeia com delicadeza pela vida e obra do músico. Simpático,  Walter – torcedor fanático do Botafogo – assume para as lentes sua fama de malandro, ressaltando que ‘o verdadeiro malandro é trabalhador, quem não trabalha é vagabundo”.

Com o suíngue característico do samba carioca, ouvimos as canções de Walter ao longo de 60 minutos, permeados pelos depoimentos de quem convive com ele, gente como Sérgio Cabral, Regina Casé, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Cristina Buarque de Hollanda, Zeca Pagodinho, Nei Lopes e Aldir Blanc.
 
Um registro  carinhoso de um músico que toca os corações com a simplicidade de suas canções. E com sua marcante elegância para cantá-las.

Brasil
2009, 60 min.
Direção: Vital Filho(primeira fase), Emiliano Leal, Paulo Roscio, Rommel Prata e Vitor Fraga(segunda fase).
Pesquisa: Daneila Calcia e Elias Sanches
Direção de Fotografia: Alexandre Bragança e Zé Pedro(primeira fase), Romel Prata(segunda fase).
Roteiro: Emiliano Leal e Vitor Fraga Edição Rommel Parta

Tinha que ser você

junho 19, 2009

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por Janaina Pereira

Se você viu o thriller de Tinha que ser você – estreia de hoje nos cinemas – já sabe como é o filme: um homem beirando os 60 anos (Dustin Hoffman) conhece uma mulher beirando os 50 (Emma Thompson) e, após passarem um dia juntos, engatam um romance. Infelizmente, ao longo de quase 1 hora e 30 minutos, o diretor e roteirista Joel Hopkins não consegue sair do lugar-comum, apesar da ótima dupla de protagonistas.

A história é mais um romance da ‘idade madura’ – o cinema resolveu descobrir, nos últimos anos, que os maiores de 40 também amam – apoiada mais no drama do que na comédia. Hoffman é o nova-iorquino Harvey Shine, um músico frustrado que faz jingles para campanhas publicitárias. Prestes a perder o emprego, ele precisa viajar para Londres, cidade em que sua única filha irá se casar, mas promete ao chefe que irá voltar a tempo de uma importante reunião. Ao chegar lá, descobre que a filha escolheu o padrasto para levá-la ao altar.

Tentando esconder o seu enorme desapontamento, Harvey abandona o casamento antes do final, mas mesmo assim perde o avião, sua reunião e, óbvio, seu emprego. Afogando as mágoas no bar do aeroporto, conhece Kate (Emma), uma mulher que só pensa em trabalho, é vigiada pela mãe superprotetora e tem uma vida amorosa nula. Apesar de, a princípio, os dois não se darem bem, acabam iniciando uma amizade.

Kate convence Harvey a voltar ao casamento para ‘aparar as arestas’ com a filha, e a partir daí o americano e a inglesa começam a perceber que pode surgir algo além da amizade entre eles.

Sem surpresas do começo ao fim, Tinha que ser você se torna um filme simpático e prazeroso de assistir graças ao carisma e ao talento de Emma e Hoffman, que formam um casal fofo. E por eles, e só por eles, vale a pena dar uma conferida.

 

Last Chance Harvey

Elenco: Dustin Hoffman, Emma Thompson, Eileen Atkins, Kathy Baker, Liane Balaban, James Brolin, Richard Schiff.
 
Direção: Joel Hopkins
Gênero: Romance
Duração: 92 min.
Distribuidora: Imagem Filmes

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Por Janaina Pereira


Em sua primeira cena, Há quanto tempo que te amo, de Phillip Claudel – em cartaz no Rio e em São Paulo no Panorama do Cinema Francês e com estreia em grande circuito no próximo dia 26 – mostra o reencontro das irmãs Juliette (Kristin Scott Thomas) e Léa (Elsa Zyberstein). Os semblantes das duas atrizes parecem definir ali mesmo todo o filme. Enquanto Juliette tem uma aparência amarga, Lea apresenta um olhar carregado de indagações. Ao longo de quase duas horas, vamos desvendar o mistério destas duas mulheres.

Léa sabe pouco de Juliette, que esteve afastada por muitos anos. O espectador também nada sabe sobre aquela mulher silenciosa e distante, e somos convidados pelo diretor (que também é autor do roteiro) a descobrir, junto com Léa, quem é Juliette. De forma densa, o roteiro vai revelando o que há por trás das irmãs.

Juliette ficou presa durante quinze anos. Durante esse tempo, Léa foi tratada como filha única pelos pais, e a existência da irmã foi aos poucos sendo esquecida. Mas quando é informada que Juliette vai sair da prisão, Léa resolve ajudá-la,  arrumando um quarto para ela em sua casa e estimulando a irmã mais velha a procurar um emprego. Juliette, porém, parece não estar confortável com o reencontro.  Sempre calada, raramente sorri. Quando o espectador descobre o crime que ela cometeu, seu jeito disperso começa a fazer sentido.

Entretanto, o filme não é sobre o crime de Juliette. O cineasta Philippe Claudel nos leva a participar do dia-a-dia das irmãs, do abismo que existe entre elas e da reintegração de Juliette à sociedade e à sua família – Léa mora com o marido, duas filhas adotivas e o sogro que, devido a um derrame, comunica-se somente por anotações, e Juliette tem que conviver com aquelas pessoas que agora fazem parte do seu novo mundo.

A inglesa Kristin Scott Thomas – falando francês sem sotaque – é o ponto alto do longa. Ao encarnar uma mulher que carrega sobre os ombros o peso do mundo, conseguimos sentir sua dor, sua angústia e até ficamos incomodados com sua presença. Elsa Zyberstein também brilha, fazendo contraponto com Kristin ao interpretar a mulher que, com carinho e doçura, tenta se reaproximar da irmã.

Há Quanto Tempo que te Amo é um drama familiar que conquista por mostrar, de forma simples e intensa, que a vida nos faz surpresas, algumas bastante indesejáveis. E que temos que sobreviver a elas.

Há Quanto Tempo que te Amo (Il y a Longtemps que je t’Aime, 2008)
Duração: 117 min.
Direção: Philippe Claudel
Roteiro: Philippe Claudel
Com: Kristin Scott Thomas, Elsa Zylberstein, Serge Hazanavicius, Laurent Grévill, Frédéric Pierrot, Claire Johnston, Jean-Claude Arnaud

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por Janaina Pereira

O cineasta Philippe Loiret, diretor de Bem-vindo, exibido na abertura paulistana do Panorama de Cinema Francês, participou de um debate – mediado pelo jornalista Luiz Carlos Merten, de O Estado de S. Paulo – após a exibição do filme, na noite de ontem.

Loiret contou que nada do que aparece no longa foi inventado; as situações e pessoas são inspiradas na realidade francesa. “O roteiro começou a ser escrito quando descobri que jovens de países em guerra, com idades entre 16 e 25 anos, querem ir para a Inglaterra atrás de seus amores, ou para iniciar uma nova vida lá. Então tomei estas histórias como base para realizar o filme. Pensei, primeiramente, eu fazer um documentário, mas ele não alcançaria tanto público quanto uma ficção”, contou.

Embora a França seja considerada uma nação que respeita os direitos humanos, o filme mostra uma realidade bem diferente. E ao tocar nesta ferida, Loiret acabou mexendo com as autoridades francesas. “Hoje existe um projeto de lei chamado “Welcome” para rever a entrada de estrangeiros na França. Isso só foi possível graças ao filme”, comentou o diretor.

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Depois de procurar por diversos países um dos protagonistas do filme – o jovem iraquiano curso Bilal – ele acabou encontrando seu ator onde menos esperava. “Selecionei a intérprete de Mirna, a menina por quem Bilal se apaixona, no Instituto Curdo da França. Perguntei a ela se não conhecia um jovem para fazer o papel de Bilal, e ela indicou o irmão, mesmo ele não sendo ator.”

Firat Ayverdi, o escolhido, chegava a fazer 20 tomadas da mesma cena até o diretor conseguir o resultado esperado. Mesmo sem técnica, o menino surpreendeu e conquistou o público. Já o veterano Vincent Lindon aceitou fazer o papel de Simon, o outro protagonista, antes mesmo de ler o roteiro. “Ele era sensível ao problema dos imigrantes, assim como eu, e queria fazer o papel. No final o Bilal e o Simon acabam sendo os protagonistas, apesar da história principal ser do Bilal, que é o motor do filme. O Simon é a caixa de marchas.”

Sobre o sucesso de Bem-vindo, Philip Loiret disse que mesmo em lugares onde a situação do imigrante não é como na França, a receptividade tem sido boa, e ele se sente feliz por chamar a atenção para a situação dos imigrantes num país considerado tão justo. “O filme só tem impacto se tocar as pessoas. E isso eu acho que consegui”, finalizou.

Bem-vindo

junho 17, 2009

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Por Janaina Pereira

Alguns filmes conseguem nos tocar tão profundamente que fica impossível sair ileso ao final de uma sessão. Foi esta a sensação que tive ao assistir Bem-vindo, de Phillippe Lioret, na abertura do Panorama do Cinema Francês, ontem. O longa – que está sendo exibido no Rio e em São Paulo dentro do Panorama e estreia em grande circuito em 10 de julho – é daquelas obras que te arrastam para um mundo que não é seu, obrigando o espectador a compartilhar de tudo o que acontece – e você se comove e torce tanto pelos personagens que parece viver a vida deles.

Tratando de um tema contemporâneo que, a cada dia, se torna o ‘calcanhar de Aquiles’ dos franceses, Bem-vindo é um espelho da França atual, país que renega sua multiculturalidade, e abomina seus imigrantes. Embora seja ficcional, foi inspirado em pessoas e acontecimentos reais, e conta com um não-ator como protagonista – o surpreendente Firat Ayverdi.

A trama mostra o adolescente Bilal (Ayverdi), de apenas 17 anos, chegando à França após três meses de caminhada. Ele é um jovem iraquiano curdo, que saiu de seu país com o objetivo de rever a namorada, que agora mora com a família na Inglaterra. Bilal acredita que será fácil ir da França a Inglaterra, mas esbarra com a política – e a polícia – do país, que impede de forma contundente os imigrantes de atravessarem a fronteira.

Disposto a reencontrar a amada, ele começa a ter aulas de natação com Simon (Vincent Lindon), um homem amargurado desde o fim do seu casamento, e que nunca deu muita atenção ao que acontecia a sua volta. Entre os dois se estabelece uma amizade que trará mudanças em suas vidas. Enquanto Bilal insiste em atravessar o Canal da Mancha a nado para chegar à Inglaterra, ele conquista Simon, que repensa suas atitudes a partir da relação com o menino.

O filme toca fundo em questões que já estamos acostumados, mas nos recusamos a discutir – a discriminação, a falta de oportunidades, o individualismo e nossa mania de olharmos para o outro lado quando vemos o sofrimento do próximo. A cada cena somos expostos às nossas próprias feridas, mesmo observando um mundo amargo aparentemente distante da nossa realidade.

Bem-vindo conquista pelo roteiro altamente realista aliado à direção de Lioret, que explora ao máximo as atuações viscerais de Lindon e Ayverdi. É um filme triste, que apresenta a crueldade do ser humano sem dó nem piedade. Um soco no estômago dos egoístas e preconceituosos, que faz a gente se sentir um grão de areia quando termina a projeção. Para ver e refletir sobre nós mesmos  e o mundo individualista em que vivemos.

Panorama do Cinema Francês

São Paulo – Reserva Cultural – Av. Paulista, 900.

Exibição do filme Bem-Vindo (1h55)

Dia 19 de junho – sexta-feira – 21h30

Dia 20 de junho –  sábado  – 22h

Dia 23 de junho – terça-feira – 21h

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Por Janaina Pereira

Você sabe quem foi Jacques Mesrine? Bandido violento, e dos mais ousados, ele provocou pânico, mas também gerou admiração em seu país de origem – a França – ao longo de duas décadas de crimes. Assaltos e fugas espetaculares, somados a entrevistas cheias de pose, fizeram dele uma lenda da história policial francesa. Isso é tudo que você precisa saber para assistir a Inimigo Público Nº 1 – Instinto de Morte, integrante do Panorama do Cinema Francês, em cartaz em São Paulo e no Rio (e com estreia prevista para o grande circuito em 4 de julho).

O longa é a primeira parte de um ambicioso projeto do diretor Jean-François Richet (Assalto à 13ª DP), encabeçado pelo ator Vincent Cassel (Senhores do Crime). Com orçamento estimado em US$ 80 milhões e filmagens que se estenderam por nove meses (com as duas partes sendo filmadas simultaneamente), o projeto foi um sucesso de bilheteria na França. No Brasil, não deve – e não pode – passar desapercebido: o filme é, no mínimo, surpreendente, palavra que também define a insana figura de Mesrine.

A narrativa começa com a fuga de um casal, que acaba sendo encurralado em uma emboscada. Não sabemos o ano em que isso acontece, e na seqüência começamos a conhecer um pouco da vida de Mesrine, nos anos 1960. De volta da Guerra da Argélia, onde recebeu um certificado de bom comportamento, Jacques Mesrine (Cassel) leva uma vida comum, mas aos poucos é atraído pelo mundo do crime. Mesmo se casando e construindo uma família, acaba se envolvendo em assaltos e exercitando seu lado violento ao extremo. Trabalhando para Guido (Gerard Depardieu, irreconhecível), começa a alcançar fama entre os ladrões da época.

Mas suas atitudes obscuras ganham mesmo notoriedade ao se aliar a Jeanne Schneider (Cécile De France), com quem realiza diversos atos criminosos. A partir daí, passa a ser conhecido como ‘o inimigo público número 1’ dos franceses. Sua vida cheia de aventuras, seus assaltos mirabolantes e sua arrogância rendem um roteiro enxuto, repleto de cenas de ação e excelentes diálogos, tudo feito sob medida para Vicent Cassel brilhar.

O filme termina chamando a atenção que haverá uma continuação – afinal, o início da história, a tal emboscada, não é explicada, mas se você se aprofundar na vida de Mesrine saberá que o começo do longa é o fim da sua carreira de criminoso. Porém, pouco importa sua morte: a vida dele foi tão intensa que vale cada minuto de Inimigo Público Nº 1 – Instinto de Morte. O crime não compensa, mas rende uma história e tanto. Que venha logo a segunda parte.
 

Inimigo Público nº 1
Exibição seguida de debate com equipe
Dia 17 de junho, às 21h30, em São Paulo, Reserva Cultural
Dia 19 de junho, às 20h30, no Rio de Janeiro, Odeon Petrobras
Estreia no Brasil: 04 de julho

Sessão Cinéfila

junho 15, 2009

por Alice Jones

De 20 de junho a 18 de julho, sempre aos sábados, às 12h, a Sessão Cinéfila, do Espaço Unibanco de Cinema, em São Paulo, exibe cinco filmes iranianos, com ingresso promocional a R$ 5.

Ouro Carmin , que recebeu o Prêmio de Júri – Mostra Um Certo Olhar – no Festival de Cannes 2003 e O Balão Branco, ambos de Jafar Panahi, um dos mais aclamados diretores irnanianos, são as algumas das atrações. Confira a programação.

20 de junho

O Balão Branco (Badkonake Sefid)

Direção : Jafar Panahi Irã, 1995, drama, 85min, cor

Elenco: Aida Mohammadkhani, Mohsen Kafili, Fereshteh Sadr Orfani, Anna Borkowska, entre outros.

Sinopse: A pequena Razieh começa a descobrir que o mundo fora de seu quintal não é tão maravilhoso. A menina sai de casa para comprar um peixinho dourado, para as comemorações do ano novo iraniano, e passa apertos para conseguir seu objetivo. E ainda encontra adultos mal intencionados.

27 de junho

O Voto É Secreto (Raye Makhti)

Direção: Babak Pavani Irã, 2001,100 min, cor –

Argumento de Mohsen Makhmalbaf

Elenco: Nassim Abdi, Cyrus AB, Youssef Habashi, Farrokh Shojall, Gholbahar Janghali.

Sinopse: Uma urna de eleições cai do céu presa em um pára-quedas. Esse surreal acontecimento vai transformar a vida de um soldado que cumpre suas funções em uma praia deserta. Para seu espanto, logo depois chega a responsável pela urna, uma funcionária da justiça eleitoral encarregada de recolher os votos daquela comunidade. Este dia realmente não será como os outros. O soldado deverá acompanhá-la em seu jipe. Ao final do dia, vai perceber que uma eleição pode ser mais interessante do que ele poderia imaginar. Prêmio Especial Melhor Diretor – Festival de Veneza 01. Prêmio NetPac – Festival de Veneza. Prêmio OCIC – Festival de Veneza 01. Prêmio Pasinetti – Festival de Veneza

4 de julho

Dez

Direção: Abbas Kiarostami Irã / França, 2002, 94 min, cor

Elenco: Abbas Kiarostami, Roya Arabshahi, Mandana Sharbaf, Amin Maher, Morteza Tabatabaei.

Sinopse: Dez seqüências na vida emocional de seis mulheres e os desafios com que elas se deparam num momento particular de suas vidas. Dez episódios que se passam em dias diferentes, mas sempre no carro de uma jovem mulher. Divorciada e recém-casada com outro homem, ela tem um filho do primeiro casamento, que, no entanto, não cansa de culpá-la por não agir dentro do código moral do Irã. Além de seu filho, ela dá carona a várias mulheres: uma prostituta, uma jovem apaixonada, uma senhora, criando um sensível retrato da feminilidade no Irã.

11 de julho

Ouro Carmim (Talaye Sorkh)

Direção: Jafar Panahi Irã, 2003, 97 min, cor, 16 anos –

Roteiro de Abbas Kiarostami

Elenco: Hossain Emadeddin, Kamyar Sheisi, Azita Rayeji, Shahram Vaziri, Ehsan Amani, Pourang Nakhael, Kaveh Najmabadi, Saber Safael.

Sinopse: Numa joalheria de um bairro rico de Teerã, Hussein e seu cúmplice Ali praticam um assalto. Na verdade, trata-se de uma vingança contra o gerente da loja, que humilhou Hussein. A tragédia é inevitável. A partir desse episódio, o filme narra como Hussein chegou àquela situação limite. Ele é um homem desajeitado, que trabalha como entregador de pizza. Todas as noites ele se depara com um mundo que lhe é proibido, ao fazer entregas em apartamentos e casas de luxo, o que só agrava seu sentimento de humilhação. O filme ganhou prêmio do júri na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes de 2003.

18 de julho

Tartarugas Podem Voar

Direção: Bahman Ghobadi Irã/Iraque, 2004, 95 min, cor

Elenco: Soram Ebrahim, Avaz Latif S

Sinopse: Em uma vila de curdos no Iraque, na fronteira entre o Irã e a Turquia, pouco antes do ataque americano contra o Iraque os moradores buscam desesperadamente uma antena parabólica para poder ter notícias via satélite. Um garoto mutilado que vem de outra vila com sua irmã e filho, prevê que a guerra esta cada vez mais perto. Melhor Filme – CEC Award – Festival de San Sebastian 2004.

Sessão Cinéfila – O Cinema Iraniano

Dias 20 e 27/6, 4, 11 e 18/7, às 12h

Espaço Unibanco de Cinema – Rua Augusta, 1475 – Cerqueira César – São Paulo Telefone: 11 3288-6780

Ingressos: R$ 5,00

Intrigas de Estado

junho 13, 2009

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Por Janaina Pereira

Russel Crowe tem pelo menos quatro papéis marcantes no cinema – o policial de Los Angeles, Cidade Proibida, o executivo com dor na consciência em O informante, o mocinho de Gladiador e o cientista de Uma mente brilhante. Os últimos trabalhos do ator, no entanto, deixam a desejar. Muitos quilos acima do peso, ele volta em Intrigas de Estado (State of Play), de Kevin McDonald (do ótimo O último rei da Escócia) – estreia de ontem nos cinemas -, um misto de suspense e ação que coloca mais uma vez os bastidores do jornalismo e da política em xeque.

O filme é baseado em uma série de televisão britânica de mesmo nome, exibida pela BBC de Londres, que obteve relativo sucesso. O ponto de partida da trama é o assassinato de Sonia Baker, assistente de Stephen Collins (Ben Affleck), que investigava para ele o processo de “privatização” das forças armadas dos Estados Unidos. Collins tem um amigo de faculdade, o repórter do The Globe, Cal McAffrey (Crowe) e é ele quem conduz toda a narrativa.

Cal é o tipo de repórter que qualquer redação do mundo gostaria de ter: conhece as pessoas certas, tem faro investigativo apurado, é corajoso, defende e acredita na matéria. Ao lado dele está a inexperiente (e blogueira, diga-se de passagem) repórter Della Frye (Rachel McAdams), responsável pela parte online do jornal que fica conectada aos acontecimentos no Capitólio. No comando da trupe de repórteres está a editora, Cameron (Helen Mirren) – durona, sem papas na língua e determinada como todo editor deve ser – e é, pelo menos no cinema.

O filme mostra algumas ‘verdades’ das redações atuais: o impresso versus o on-line; os jornalistas veteranos esbarrando na pressa da nova geração; a apuração correndo contra o tempo; a matéria sendo derrubada porque os donos do jornal não querem problemas com notícias polêmicas; e algumas questões que norteiam o jornalismo atual – ainda existe ética? Qual o preço que o repórter paga pela proteção das fontes? O jornal impresso vai sobreviver ao mundo virtual?

Tudo isso faz de Intrigas de Estado uma razoável produção sobre jornalismo, nada comparada a clássicos como Todos os Homens do Presidente, Boa noite, boa sorte e o já citado O informante – todos baseados em fatos reais – ou mesmo os ficcionais Síndrome da China, A montanha dos sete abutres e Herói por Acidente.

Apesar de longo – são mais de duas horas de projeção – o filme tem bom ritmo, intercala cenas de ação com diálogos consistentes, e consegue entreter, embora tenha um final previsível. Grande parte da boa performance de Intrigas de Estado se deve a Russel Crowe – que segura a produção com seu habitual talento, mesmo sem ter um grande papel nas mãos – e pela história em si – o jornalismo e a política sempre renderam bons roteiros ao cinema. Não é brilhante, mas funciona.

Intrigas de Estado (State of  Play, EUA – 2009)

Diretor: Kevin Macdonald

 Roteiro: Matthew Michael Carnahan, Tony Gilroy, Billy Ray

 Elenco: Russel Crowe, Ben Afleck, Helen Mirren, Rachel McAdams, Viola Davis e Robin Wright Penn

Gênero: Suspense/Policial/Drama

Duração: 127 min

Apenas a Estreia

junho 12, 2009

Quem acompanhou a última edição do Festival do Rio sabe que quando o assunto é  Apenas o Fim, primeiro filme do jovem diretor Matheus Souza, tudo acaba em festa. Feito por alunos de cinema da Puc-Rio, o longa ganhou o prêmio de Melhor Filme segundo o Júri Popular no festival e agora estreia nos cinemas.

E para comemorar: mais festa.

Uma sessão especial acontece hoje, 12 de Junho, no Espaço de Cinema, em Botafogo. Especial porque o ingresso é duplo: vale para a última sessão, às 23h30 e para a festa de lançamento que começa logo após o filme e foi estrategicamente nomeada de Apenas a Estreia.

Para animar o evento, dois festeiros de plantão: os DJs Yugo e João Brasil.

Apenas a Estreia
Estreia + festa de lançamento do filme Apenas o Fim
DJs:Yugo e João Brasil
Dia 12 de Junho- Espaço de Cinema (Botafogo)
Horário da sessão:23h30. Festa logo após o filme.
Ingresso (filme + festa)*: R$25 (meia-entrada) / R$50 (inteira)
à venda nas bilheterias do espaço e em
www.ingresso.com
*sujeito à lotação das salas. Após lotação, ingressos somente para a festa a R$30 (meia) / R$60 (inteira)